Para evitar acabar sozinha no meio da praça,
olhando uma estrela no céu (caso estivesse nublado, nem isso conseguiria ver),
falando com estranhos (perigoso, depois de certa hora da noite) aceitei o
convite de uma grande amiga que não via há tempos para passar o Natal com sua
família e parti de Paris de trem, a bordo do Thalys para Colônia, Alemanha, onde
ela me buscou. No caminho, o trem fez parada na Bélgica - Bruxelas, Liège (sim,
onde houve a matança em plena praça do mercado, recentemente) e Aix-la-Chapelle,
chamada de Aachen pelos alemães. Quanto mais me aproximava do meu destino,
pensei que em apenas três horas, cruzei pelo menos dois países, chegando a um
terceiro, o que no Brasil, dá mal a distância de uma ou duas cidades, num só
Estado. Pensei ainda em como o exército alemão se deslocou Europa afora,
invadindo países vizinhos...Bem, isso é pensamento demais para uma viagem só e
uma reflexão tão profunda, vai ter que ficar para um outro momento.
"Armada até os dentes" para enfrentar o frio glacial que se
avizinhava, desembarquei estupefata ao encontrar um país tão rico e bonito, tão
limpo, e ordeiro. Em uma semana, engordei, mesmo, uns dois quilos, por me
recusar a recusar qualquer coisa gostosa e diferente da culinária local que me
passou pela frente, incluindo as suas deliciosas cervejas, märzen, starkbier, bockbier e doppelbock e vinho quente, Glühwein, temperado com ervas e
especiarias. Sim, tá ali um lugar onde o porco é rei, o que deve ser um
sofrimento (ou foi, literalmente), para Judeus e Muçulmanos e outras linhas que
recusam comer “focinho baixo”. Eu, como sou uma mistura, evoluída (?) de Judeus
Novos (Pereira) e dos Mouros (Mourão), já superei os malefícios da ingestão
daquela carne rosada e saborosa. Do porco, come-se tudo e de todas as maneiras.
Einsbein, joelho de porco defumado, acompanhado
de kartoffel (batatas) e Sauerkrout (repolho azedo), uma delícia!
São 1.500 tipos de salsichas diferentes, mas confesso que não provei mais que
dois ou três, acompanhadas de mostarda, afinal, não sou de ferro. Ao lado,
posto fotos do que vi e provei. Do cenário nevado, pequenos flagrantes de um
momento especial. Pela proximidade do lar de Santa Klaus, mais ao Norte, encontrei
tradições natalinas ainda mais fortes do que na França, tal como o esmero na
decoração das casas, dentro e fora, nas ruas. Eles vivem de fato o Advento,
período que antecede ao Natal. Menos comércio e mais bandas de música tocando
canções natalinas. Fui até a um concerto de Natal de uma escola da cidade e uma
missa na Igreja Luterana, cantada por um coral da comunidade – cantei
facilmente em alemão, com a ajuda de um telão à esquerda do altar, onde a letra
da canção era mostrada – boa sugestão para as Igrejas Católicas que adotam, a
cada semana, novas canções, que ninguém, à exceção dos habitués, consegue cantar, de autoria de algum
Padre-Cantor-Megastar (no meu tempo, ‘deglutimos’ o Padre Zézinho, que inovou
no gênero). Descobri que na Região, muitas famílias, ao contrário do que sempre
fiz, copiando meus modelos, deixam para armar suas árvores na véspera do Natal,
num ritual que envolve pais e filhos, à noite, tudo regado às bebidas e comidas
da estação. A casa fica pronta antes, as portas decoradas com as guirlandas
(símbolo ligado ao Advento), mas a árvore espera (Oh Tannenbaum)- acho que tem lógica, pois as deles, são vivas,
cortadas especialmente para o evento. Além disso, a ideia é seja uma
antecipação, de verdade. Eles as decoram com bolas que têm significação
especial - compradas, uma a uma, em momentos diferentes, viagens, de locais
sugestivos, relíquias guardadas de herança das famílias. Elas contêm enfeites
relacionados aos símbolos culturais locais ou nacionais, como bolinhos (Plätzchen), que devem ser comidos no dia
06 de Janeiro, o dia da Festa de Reis. Neste dia, como me foi relatado, as
crianças saem pelas casas da vizinhança, para ganhar suas guloseimas. Esta
tradição foi, por motivos que desconheço (se alguém puder contribuir que o
faça), copiada pelo chatíssimo Halloween americano, em pleno 30 de Outubro. Há certamente,
na estética belíssima das árvores decoradas, algo mais, que apenas serem belas.
Sei que de onde venho, decoradores são chamados para decorar as árvores de
algumas residências mais afortunadas – as demais, apenas distribuem bolas e
enfeites made in China sem nenhuma
outra intenção especial. Nada contra.
Mas entendi que a simbologia é outra. É a tal estória de copiar a tradição, sem
compreender seu sentido, que é fazer com que a árvore simbolize a história da
família. P.S. Antes de ir à Alemanha, eu já pendurava nas minhas árvores, enfeites
feitos por minhas filhas, quando crianças, trecos velhos, baratos, comprados
nesse ou naquele mercado, num determinado momento. O resultado sempre nos
agradou, mas certamente, seria condenado de cara por um decorador profissional.
Intuição. De volta à Kierspe, descobri que ali, não tem pisca-pisca! Luzinhas
pequenas, brancas, raramente vermelhas, mas não piscam! Gostaria de saber quem
foi mesmo que teve a ideia de introduzir no mercado, para que consumíssemos
loucamente, as tais luzinhas que devem tirar o sono dos neurocientistas (e o
nosso), que alegam que o cérebro sofre com o ritmo acelerado da luz (e som).
Hora de rever se o excesso em algumas casas não leva a enxaquecas ou até
derrames, quem sabe? Acho que talvez a ideia fosse recriar o ambiente onde a
neblina espessa faz com as luzinhas “pisquem”...pura conjectura minha, mas, c’est pas idiot., como dizem os
franceses. Percebi que a Alemanha é, de fato, uma grande potência e por isso,
está conseguindo sobreviver ao caos geral em que se encontra a Europa. Mas isso
não veio por acaso. Com a reunificação das duas Alemanhas, na década de 1990, a
Bundersrepublik recorreu a
empréstimos internacionais altíssimos, enfrentou anos sombrios, mas segundo o
projeto da era Köhl (Helmut), manteve sua produção no país, na contramão da
Europa em geral, que praticou a délocalisation,
a transferência da produção aos países onde a mão de obra era mais barata (e a
que custo!), como China, Índia e países do Leste europeu. O resultado é que hoje,
a indústria alemã é pungente e altamente especializada, produz para o país e
exporta o excedente, exatamente como na Teoria de Ricardo, a das vantagens
competitivas. Naturalmente e por ter investido na sobrevivência da indústria
nacional e na qualificação da sua mão de obra, operário tem emprego, renda
alta, oportunidade, mobilidade e sabe trabalhar, porque foi treinado para isso.
Tudo lá é mais barato do que na França, desde roupas, à comida, cerveja, tudo. Limpíssima, ruas, estradas. Todo mundo tem
carro e que carros - Mercedes-Benz (Daimler), BMW’s, Audi’s, Volkswagen’s -
este ano a produção foi recorde, segundo a Deutsche Welle – www.dw-world.de, que voam pelas estradas,
sem, no entanto, a conotação dada a eles em outros centros – lá são a qualidade
e confiabilidade que falam mais alto. Vi poucas motocicletas, no máximo e
raramente, motonetas (Motocicleta em excesso é, pois, sinal de
subdesenvolvimento, como acontece em Teresina!). Segundo verificado, os custos
das taxas de licenciamento e seguros de veículos de duas rodas os tornam quase
proibitivos (ideia a ser copiada?). Além disso, o Governo não suporta ter que
tratar dos acidentados, que quase sempre, ficam seqüelados e caem no sistema de
seguridade social (observe-se o que ocorre numa noite de sábado, no HUT). Enfim,
viajar tem um algo mais a ser apreendido, que simplesmente irmos de um lugar
para o outro e tirarmos fotografias. Sugiro aos nossos políticos, Municipais,
Estaduais e Federais, que ao viajar para o Exterior, em viagens oficiais,
aproveitem o ensejo para aprender, apenas observando e buscando as explicações
para o que vêm e não para se refastelar na gastança com canetas Mont Blanc, camisas Lacoste e Scotch escocês,
enquanto suas mulheres adquirem os últimos modelos de óculos Dior e mais umas bolsinhas Louis Vuitton. Nada contra, desde que
fizessem algo mais pelo povo que paga pelas tais viagens (Quem sabe, valia
olhar mesmo quando viajam de férias?). Merecemos ser administrados por quem
consegue enxergar longe, buscar num simples olhar sobre uma cidade bem traçada,
soluções de desenhos de trânsito, de recolhimento de lixo, planejamentos de
calçadas, acessibilidade, por exemplo. O que dá para perceber numa viagem a um
país realmente desenvolvido, é que nem tudo é dinheiro. Ao contrário – nossas
obras públicas estão dentre as mais caras do mundo, acho que só Dubai supera. O
que se vê de sobra, é sobriedade, responsabilidade, compromisso com o bem estar
dos cidadãos. Aos meus amigos anfitriões perfeitos, Pixuta e Herbi Wolf,
obrigada pelo Fröhe Weihnachten, meu,
afinal, lindo Natal. À Alemanha, parabéns por sua competência. Apesar do que já
viveu ao longo de sua sofrida história há pouco mais de sessenta anos, dá gosto
ver como se superaram. E aí, vamos viajar? Sugiro a Alemanha na próxima parada.
Auf wiedersehen!
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
sábado, 17 de dezembro de 2011
O Natal e suas mazelas...
Ai meu Deus,
chegou de novo! Natal, agora é ‘prá’ valer, todo mundo tem que se alegrar. Pois
é, uma festa controversa, que traz alegria e melancolia, o que faz parte da sua
essência e a gente acaba tendo que seguir o “fluxo”. Uns muito, outros menos, uns
compram mais, outros menos e vitrine é para olhar. E então, as “festas
obrigações”: confraternizações, amigos ocultos, comida, muita comida. Por mais
comercial que seja tudo isto, há nele um sentido sobre o qual vou refletir. Para
mim, este é o “Natal do Exílio”, pois estarei longe de tudo e de todos, nesta
temporada em Paris, mas me conforta saber que não estou só nessa - muitos, como
eu, estão longe dos seus. Porém, como sempre temos sempre a escolha de encarar
de outro jeito a parte difícil, a distância de casa, dos filhos, da família, dos
amigos, vou vivê-lo à minha maneira, “de fora”, observando, ao invés de
participar (que não deixa de ser uma forma passiva de participação)! Para
descobrir o tal “sentido”, saio às ruas de Paris, onde, no mínimo, irei captar
algo para transmitir. Faz um frio úmido de 5°C, pego minha pequena câmera,
debaixo de um solzinho que dá às ruas uma luminosidade intensa (Paris tem um
tom bege claro que reflete qualquer luz). A ideia e evitar os passeios óbvios,
tipo Champs Elysées os Grands Magazins (grandes
lojas de departamentos) e outros lugares abarrotados de turistas, onde o
ambiente é artificial e essencialmente de compras, não tem a cara da cidade,
pois não traduz o clima da gente comum. Vejo então como os Parisienses vão
viver este Natal de crise, da Crise do Euro, do risco da perda do (triplo)
“AAA” das Agências de Notações, tipo Standard & Poor’s de Londres, que
assusta a França tanto quanto a inflação tirou nosso sono há alguns anos. Todos
de preto – é um must em Paris, no inverno. Como são fechados e circunspectos, é
mais na animação das crianças nas ruas decoradas, que percebo o “espírito
natalino”. Produtos, em abundância. Só deleite e quanto deleite! Se prá eles,
Natal for isto, então vou engordar cinco quilos olhando tudo! Mas, as lojas
estão preocupadas, as vendedoras quase à porta tentando atrair a minoria que se
arrisca comprar, num momento em que não se sabe o que será da economia
nacional, em 2012, anos de eleição presidencial (Sarkozy vai tentar se
reeleger, num clima de agonia da moeda que tanto lutou para salvar, o euro). De
volta à estação - a mesa do Natal dos Franceses é assim: “magra” (Aliás, eles
são!): come-se “carne magra”, sem gorduras, por isso optam pelo tradicional
Peru mesmo (uma festa Cristã, com toda sua simbologia). A tradição manda que
cubram a mesa da refeição com três toalhas brancas sobrepostas, decoradas com
três velas e três tipos de pães (dentre eles, o “pain d’épices”, pão temperado com especiarias). A simbologia do
“3” é ligada à da Santíssima Trindade (A França hoje é um país laico, mas foi
construído em torno do Catolicismo). Ah, deve-se colocar um prato e talher a
mais do que o número de participantes da Ceia (homenagem aos mortos da família
e aos que não têm o que comer) e incluir lentilhas no cardápio. Para sobremesa,
treze (sim, 13!) tipos diferentes de doces, para quem segue à risca, a tradição.
A torta mais importante é a “Bûche” (rocambole
de chocolate, que se assemelha a uma “tora de madeira”, que dá nome à torta). Os
vinhos também são três: um velho, um claro e um “cuit”, vinho artesanal, contendo o sumo das uvas e especiarias
(similar ao do “Porto”). E tem os “Marchés
de Noël”, que são atração à parte, todo bairro tem o seu, armados nas ruas
ou praças, onde se vende de tudo e mais interessante na parte da comida, como
decoram os pequenos stands. É o comércio dos pequenos, que não podem concorrer
com os grandes, estabelecidos estrategicamente. Até na “Champs” tem, lindo por sinal – e caro! Prefiro os mais simples, sentir
o clima festivo, os comerciantes gritando, para atrair os fregueses, as
barracas de nozes e amêndoas caramelizadas na hora, algodão doce (o vero), uma
mistura de aromas deliciosa, em contrate com a chuva fina e intermitente, que
baixa em meio grau, a temperatura. Em cada quarteirão, vendas improvisadas dos
“Sapins”, os pinheiros colhidos, as
árvores de Natal que usam aqui. As artificiais, normalmente montadas nas lojas,
são invariavelmente brancas e baixas. Nada muito complicado. As “Creches”, ou Presépios decoram a entrada
das igrejas católicas. A estação é das “huitres”
(ostras), da Região Poitou-Charentes. As “Salées” (salgadas) ou mais doces, reguladas por números (2,
grandes, 3, menores, etc), que definem o tamanho (e os preços!), simplesmente
degustadas com “citron” (limão
siciliano) e um bom “coup de champagne”...!
Silêncio. Falta o “Foie-Gras” (fígado
de ganso engordado – nem vou falar como! Mas que é bom isso é), que tem seu
lugar especial. Enfim, uma bela mesa, costumes, tradições. É assim em todo
lugar, cada um à sua maneira. O que importa, é que apesar das mazelas que vêm
junto com a estação, a gente não esqueça seu significado, o da troca,
simbolizada nos presentes, o do amor, transmitido nos gestos, o da união, nos
encontros, muitos, que são realizados. E assim, o “da Crise”, deles franceses e
o do “Exílio”, meu, se encontram no meio de uma praça, de uma cidade, num
instante da vida de alguém e descubro que no Natal, celebramos a fuga da nossa
aldeia particular, que nos encarcera o ano inteiro e nos voltamos para fora,
para fazer parte de algo maior! As famílias, as empresas, os grupos de amigos –
lá entregamos a “parte” e viramos o “todo”, o todo mundo, o nós, os “nós” da
garganta e do peito, desatados, entregues, em confiança. Neste instante, olho a
estrela que brilha no céu e sei que mesmo longe, estou perto do todo ao qual
pertenço e por isso, o percebo em toda a sua beleza, interior e exterior. Saio
do meu casulo e o celebro com os anônimos que passam por mim, apressados,
procurando sua “turma”.
Um bom Natal
para vocês também!
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Preconceito e incompetência
Para tudo!
Como primeiro ‘Post’ do meu Blog, eu ia falar de Paris, suas belezas, meu ponto de vista sobre a cidade, e tudo o mais. Mas mudei de ideia - vou tratar de Preconceito e Nacionalismo! Tudo por conta de uma garota preconceituosa e exibicionista que falou mal do Piauí na web. Estamos todos ofendidos. Mas, temo que recomece aquela campanha de alguns meses atrás quando um ator falou mal de Teresina – quase saí do Facebook, de tanto ler mensagens do tipo “Eu amo minha Teresina!”, “Não troco jamais!” dentre outras. Me cansei, com o perdão da gramatica, porque detesto ter que reafirmar meu orgulho telúrico, quando somos atacados por sentimentos de preconceito de outros. Se vitimizar é pior e dizer que “amamos nosso quinhão”, é pleonasmo. É claro que amamos, ninguém duvida disso. Eu não preciso repetir para me defender de um ataque. Não é de amor que falamos – ao contrário – é de desamor! É triste, porque achamos que O Brasil é uma Nação. Será mesmo que somos? E nós? E o Piauí, faz parte dela? Esta é a minha reflexão. Aqui na Europa, em plena crise da Zona Euro, a liderança Franco-Alemã, Merkel-Sarkozy, está gerando em alguns, um sentimento de retorno às velhas cicatrizes deixadas pelas grandes guerras, notadamente a Segunda (1939 – 1944/45). E todos nós sabemos até onde o sentimento de nacionalismo, levou muitas nações europeias e a que consequências. Voltando à idiota da vez, o que nos cabe refletir é como resolver isso. Sabemos que preconceito de cor, credo, escolha política, dentre outros são proibidos. “Xenofobia” até caberia, se quem praticou o ato fosse “estrangeiro”. Mas foi uma brasileira, e aí? Vê-se logo, que a solução não está na Lei. E nem em discursos “engraçadinhos” de políticos no Congresso, que conhecemos bem, enaltecendo o “P-I-A-U-Í”, que de tão caricatas, só contribuíram para aumentar o sentimento de alteridade mútua, nós e o resto do Brasil, “Eles” e “Nós”. Quanto mais mexermos a colher, mais o caldo “desonera”. Na verdade, nossos números é que são o “nosso pior inimigo”. Nossos índices – aqueles indicadores que mostram desenvolvimento e que espelham nossa realidade, mostram isso – somos o parente distante, ainda, de um país industrializado, rico. Somos o filho bastardo de uma nação próspera. Querem estigma maior do que Guaribas? Quem se lembra da primeira viagem do Lula como Presidente, para “trazer desenvolvimento” à pior cidade do Brasil? Querem um indicador pior do que esse? E o pior mesmo, é que recebemos (a classe política da época) com “orgulho” as “pseudo ajudas” do Governo Federal, para Guaribas, como símbolo de atraso, mas não conseguirmos colocar realmente nosso Estado no “Mapa” desse “Novo Brasil”. Esta é a visão que exportamos para o resto do país, porque de fato, ainda somos os “lanterninhas”, em ações eficazes. Quem viaja pelo interior de qualquer Estado do Nordeste, pode dar de cara com muitas pequenas comunidades, bairros, que vivem, hoje, em iguais condições que Guaribas vivia há dez anos. Há um algo mais que sobra no Ceará, e até no Maranhão (Senhor, Deus!), por exemplo, nossos vizinhos “ricos” e, portanto, fora das galhofas gerais – atitude política – é na atitude política, que se constrói – nada mais adianta. Continuamos sem conseguir atrair investimentos de peso, que gerem valor agregado de produção, emprego, emprego, qualificação de mão de obra, riqueza e consequentemente, mudança nos indicadores. Todas as nossas políticas de desenvolvimento são erradas, tudo é ambíguo, mal planejado. Pensemos nisso quando chegar a hora de elegermos nossa bancada federal, sobre quem queremos que nos represente nas mesas de “repartição de riquezas”. No dia em que nossa classe política decidir que seremos ricos e que precisamos pensar no bem de todos, e não no que cada um “vai levar para si e para os seus”, passaremos a ganhar o respeito dos “outros brasileiros”, nossos “parentes bem-de-vida-da cidade”. Precisamos querer quem nos defenda, quem lute, quem brigue por nós. Nunca um Ministério comandado por um piauiense, trouxe, realmente, investimentos sérios, repito, sérios, para o Piauí, nem Reis Velloso, em pleno “Milagre brasileiro”, nem nenhum depois dele. Nossos políticos sofrem de “amnésia” quando chegam ao poder em Brasília, são uns deslumbrados, que só não chamaria de ingênuos, porque isso é não são – o acréscimo vertiginoso dos “sinais aparentes de riqueza” provam isto. São eles, sim, os principais “xenófobos”, os que ganham com o atraso que proporcionam ao Estado. E a culpa, reconheçamos, é nossa, que os escolhemos. Vamos desfocar da garota e dos outros que a seguirão e decidir que se não podemos, ainda, mudar a maneira como o Brasil nos vê, comecemos a mudar a quem entregamos nossas “procurações”, que suas conotações “em causa própria”, deixem de ser em favor deles, os nossos mandatários. Um dia, quem sabe, ricos e desenvolvidos, finalmente seremos admitidos na “Federação” brasileira. Até lá, “aguenta coração”.
Como primeiro ‘Post’ do meu Blog, eu ia falar de Paris, suas belezas, meu ponto de vista sobre a cidade, e tudo o mais. Mas mudei de ideia - vou tratar de Preconceito e Nacionalismo! Tudo por conta de uma garota preconceituosa e exibicionista que falou mal do Piauí na web. Estamos todos ofendidos. Mas, temo que recomece aquela campanha de alguns meses atrás quando um ator falou mal de Teresina – quase saí do Facebook, de tanto ler mensagens do tipo “Eu amo minha Teresina!”, “Não troco jamais!” dentre outras. Me cansei, com o perdão da gramatica, porque detesto ter que reafirmar meu orgulho telúrico, quando somos atacados por sentimentos de preconceito de outros. Se vitimizar é pior e dizer que “amamos nosso quinhão”, é pleonasmo. É claro que amamos, ninguém duvida disso. Eu não preciso repetir para me defender de um ataque. Não é de amor que falamos – ao contrário – é de desamor! É triste, porque achamos que O Brasil é uma Nação. Será mesmo que somos? E nós? E o Piauí, faz parte dela? Esta é a minha reflexão. Aqui na Europa, em plena crise da Zona Euro, a liderança Franco-Alemã, Merkel-Sarkozy, está gerando em alguns, um sentimento de retorno às velhas cicatrizes deixadas pelas grandes guerras, notadamente a Segunda (1939 – 1944/45). E todos nós sabemos até onde o sentimento de nacionalismo, levou muitas nações europeias e a que consequências. Voltando à idiota da vez, o que nos cabe refletir é como resolver isso. Sabemos que preconceito de cor, credo, escolha política, dentre outros são proibidos. “Xenofobia” até caberia, se quem praticou o ato fosse “estrangeiro”. Mas foi uma brasileira, e aí? Vê-se logo, que a solução não está na Lei. E nem em discursos “engraçadinhos” de políticos no Congresso, que conhecemos bem, enaltecendo o “P-I-A-U-Í”, que de tão caricatas, só contribuíram para aumentar o sentimento de alteridade mútua, nós e o resto do Brasil, “Eles” e “Nós”. Quanto mais mexermos a colher, mais o caldo “desonera”. Na verdade, nossos números é que são o “nosso pior inimigo”. Nossos índices – aqueles indicadores que mostram desenvolvimento e que espelham nossa realidade, mostram isso – somos o parente distante, ainda, de um país industrializado, rico. Somos o filho bastardo de uma nação próspera. Querem estigma maior do que Guaribas? Quem se lembra da primeira viagem do Lula como Presidente, para “trazer desenvolvimento” à pior cidade do Brasil? Querem um indicador pior do que esse? E o pior mesmo, é que recebemos (a classe política da época) com “orgulho” as “pseudo ajudas” do Governo Federal, para Guaribas, como símbolo de atraso, mas não conseguirmos colocar realmente nosso Estado no “Mapa” desse “Novo Brasil”. Esta é a visão que exportamos para o resto do país, porque de fato, ainda somos os “lanterninhas”, em ações eficazes. Quem viaja pelo interior de qualquer Estado do Nordeste, pode dar de cara com muitas pequenas comunidades, bairros, que vivem, hoje, em iguais condições que Guaribas vivia há dez anos. Há um algo mais que sobra no Ceará, e até no Maranhão (Senhor, Deus!), por exemplo, nossos vizinhos “ricos” e, portanto, fora das galhofas gerais – atitude política – é na atitude política, que se constrói – nada mais adianta. Continuamos sem conseguir atrair investimentos de peso, que gerem valor agregado de produção, emprego, emprego, qualificação de mão de obra, riqueza e consequentemente, mudança nos indicadores. Todas as nossas políticas de desenvolvimento são erradas, tudo é ambíguo, mal planejado. Pensemos nisso quando chegar a hora de elegermos nossa bancada federal, sobre quem queremos que nos represente nas mesas de “repartição de riquezas”. No dia em que nossa classe política decidir que seremos ricos e que precisamos pensar no bem de todos, e não no que cada um “vai levar para si e para os seus”, passaremos a ganhar o respeito dos “outros brasileiros”, nossos “parentes bem-de-vida-da cidade”. Precisamos querer quem nos defenda, quem lute, quem brigue por nós. Nunca um Ministério comandado por um piauiense, trouxe, realmente, investimentos sérios, repito, sérios, para o Piauí, nem Reis Velloso, em pleno “Milagre brasileiro”, nem nenhum depois dele. Nossos políticos sofrem de “amnésia” quando chegam ao poder em Brasília, são uns deslumbrados, que só não chamaria de ingênuos, porque isso é não são – o acréscimo vertiginoso dos “sinais aparentes de riqueza” provam isto. São eles, sim, os principais “xenófobos”, os que ganham com o atraso que proporcionam ao Estado. E a culpa, reconheçamos, é nossa, que os escolhemos. Vamos desfocar da garota e dos outros que a seguirão e decidir que se não podemos, ainda, mudar a maneira como o Brasil nos vê, comecemos a mudar a quem entregamos nossas “procurações”, que suas conotações “em causa própria”, deixem de ser em favor deles, os nossos mandatários. Um dia, quem sabe, ricos e desenvolvidos, finalmente seremos admitidos na “Federação” brasileira. Até lá, “aguenta coração”.
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