sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Preconceito e incompetência

Para tudo! 


Como primeiro ‘Post’ do meu Blog, eu ia falar de Paris, suas belezas, meu ponto de vista sobre a cidade, e tudo o mais. Mas mudei de ideia - vou tratar de Preconceito e Nacionalismo! Tudo por conta de uma garota preconceituosa e exibicionista que falou mal do Piauí na web. Estamos todos ofendidos. Mas, temo que recomece aquela campanha de alguns meses atrás quando um ator falou mal de Teresina – quase saí do Facebook, de tanto ler mensagens do tipo “Eu amo minha Teresina!”, “Não troco jamais!” dentre outras. Me cansei, com o perdão da gramatica, porque detesto ter que reafirmar meu orgulho telúrico, quando somos atacados por sentimentos de preconceito de outros. Se vitimizar é pior e dizer que “amamos nosso quinhão”, é pleonasmo. É claro que amamos, ninguém duvida disso. Eu não preciso repetir para me defender de um ataque. Não é de amor que falamos – ao contrário – é de desamor! É triste, porque achamos que O Brasil é uma Nação. Será mesmo que somos? E nós? E o Piauí, faz parte dela? Esta é a minha reflexão. Aqui na Europa, em plena crise da Zona Euro, a liderança Franco-Alemã, Merkel-Sarkozy, está gerando em alguns, um sentimento de retorno às velhas cicatrizes deixadas pelas grandes guerras, notadamente a Segunda (1939 – 1944/45). E todos nós sabemos até onde o sentimento de nacionalismo, levou muitas nações europeias e a que consequências. Voltando à idiota da vez, o que nos cabe refletir é como resolver isso. Sabemos que preconceito de cor, credo, escolha política, dentre outros são proibidos. “Xenofobia” até caberia, se quem praticou o ato fosse “estrangeiro”. Mas foi uma brasileira, e aí? Vê-se logo, que a solução não está na Lei. E nem em discursos “engraçadinhos” de políticos no Congresso, que conhecemos bem, enaltecendo o “P-I-A-U-Í”, que de tão caricatas, só contribuíram para aumentar o sentimento de alteridade mútua, nós e o resto do Brasil, “Eles” e “Nós”. Quanto mais mexermos a colher, mais o caldo “desonera”. Na verdade, nossos números é que são o “nosso pior inimigo”. Nossos índices – aqueles indicadores que mostram desenvolvimento e que espelham nossa realidade, mostram isso – somos o parente distante, ainda, de um país industrializado, rico. Somos o filho bastardo de uma nação próspera. Querem estigma maior do que Guaribas? Quem se lembra da primeira viagem do Lula como Presidente, para “trazer desenvolvimento” à pior cidade do Brasil? Querem um indicador pior do que esse? E o pior mesmo, é que recebemos (a classe política da época) com “orgulho” as “pseudo ajudas” do Governo Federal, para Guaribas, como símbolo de atraso, mas não conseguirmos colocar realmente nosso Estado no “Mapa” desse “Novo Brasil”. Esta é a visão que exportamos para o resto do país, porque de fato, ainda somos os “lanterninhas”, em ações eficazes. Quem viaja pelo interior de qualquer Estado do Nordeste, pode dar de cara com muitas pequenas comunidades, bairros, que vivem, hoje, em iguais condições que Guaribas vivia há dez anos. Há um algo mais que sobra no Ceará, e até no Maranhão (Senhor, Deus!), por exemplo, nossos vizinhos “ricos” e, portanto, fora das galhofas gerais – atitude política – é na atitude política, que se constrói – nada mais adianta. Continuamos sem conseguir atrair investimentos de peso, que gerem valor agregado de produção, emprego, emprego, qualificação de mão de obra, riqueza e consequentemente, mudança nos indicadores. Todas as nossas políticas de desenvolvimento são erradas, tudo é ambíguo, mal planejado. Pensemos nisso quando chegar a hora de elegermos nossa bancada federal, sobre quem queremos que nos represente nas mesas de “repartição de riquezas”. No dia em que nossa classe política decidir que seremos ricos e que precisamos pensar no bem de todos, e não no que cada um “vai levar para si e para os seus”, passaremos a ganhar o respeito dos “outros brasileiros”, nossos “parentes bem-de-vida-da cidade”. Precisamos querer quem nos defenda, quem lute, quem brigue por nós. Nunca um Ministério comandado por um piauiense, trouxe, realmente, investimentos sérios, repito, sérios, para o Piauí, nem Reis Velloso, em pleno “Milagre brasileiro”, nem nenhum depois dele. Nossos políticos sofrem de “amnésia” quando chegam ao poder em Brasília, são uns deslumbrados, que só não chamaria de ingênuos, porque isso é não são – o acréscimo vertiginoso dos “sinais aparentes de riqueza” provam isto. São eles, sim, os principais “xenófobos”, os que ganham com o atraso que proporcionam ao Estado. E a culpa, reconheçamos, é nossa, que os escolhemos. Vamos desfocar da garota e dos outros que a seguirão e decidir que se não podemos, ainda, mudar a maneira como o Brasil nos vê, comecemos a mudar a quem entregamos nossas “procurações”, que suas conotações “em causa própria”, deixem de ser em favor deles, os nossos mandatários. Um dia, quem sabe, ricos e desenvolvidos, finalmente seremos admitidos na “Federação” brasileira. Até lá, “aguenta coração”.

13 comentários:

  1. Extremamente pertinente e necessária essa reflexão.Parabéns Deísa e sucesso no novo espaço!beijo

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  2. QUERIDA, QUE LINDO...POSSO DIVULGAR NA MINHA COLUNA?

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  3. Amiga, que colocações pertinentes, inteligentes e instigantes...
    Comecemos por nos, (pelo nosso voto), é verdade, se quisermos, de fato, mudar nossa realidade, como o Ceará e até o Maranhão, numa parceria políticos x empresários, mudaram a deles!! Vc não me surpreende, vc me emociona... Amo muito vc!! Bjos

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  4. Parabéns pelo Blog, o "tema" da estréia foi muito oportuno e adequado. Um acorda povo do Piauí, o "bairrismo" não nos cabe mais, estamos na era da Internet, a música da Elba Ramalho "Nordeste Independente", já não faz sentido. Eu somente retiraria o Maranhão, nesse a realidade é outra, o Estado pertence ao "Godfather" Sarney, e tudo é da família do padrinho, não acho que haja parceria. Já no Ceará, o Jereissati anda perdendo o poder, o povo busca novas representações políticas. Realmente, o Piauí precisa urgente passar as suas "procurações" para lideranças mais confiáveis e somente se faz isso se o povo deixar o voto de cabresto, infelizmente, uma prática comum no nosso Estado. Ouso dizer-lhe que nesse texto há um resquício das idéias políticas do seu saudoso pai, Zè Eduardo Pereira, que se aqui estivera entre nós, transbordaria de "orgulho" de sua representante. À la prochaine!

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  5. É exatamente isso ! que reflexão ! gostei inclusive pela relação com políticas públicas

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  6. adequadissa a sua ponderacao, DE.
    bj
    Drica

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  7. adequadissima....(desculpa o erro)

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  8. Nossa tia, nem sei o que dizer. Voçê simplesmente falou tudo! Li arrepiada do começo ao fim.



    Parabéns pelo blog e obrigada por essa importantíssima reflexão.

    Te amo e te admiro muito.
    You inspire me

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  9. Gostei das suas reflexões, Roselisa. Também sou inconformada com a postura "tímida" dos nossos políticos (antigos e atuais) e coloco neles a responsabilidade pela permanência do Estado nessa situação de atraso que tão bem conhecemos, principalmente quando verificamos outras realidades. Parabéns pelo blog! Abs!

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  10. Gostei, e me revi na sua indignação. Tomei a decisão de viver entre Lisboa e Teresina, duas cidades que adoro, mas costumo sentir-me na obrigação de explicar continuamente os motivos que me levam a adorar Teresina...parabéns pelo blog, abraço

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  11. Cara Roselisa, muito interessantes suas colocações!
    Costumo dizer que o nosso estado nao é pobre, temos sim muita riqueza, inclusive um subsolo que de tao rico,por si so, seria suficiente pra mudar a situacao e a imagem do Piaui. No entanto, temos sim o grande entrave dos politicos( na minha modesta opiniao, os mais eficientes no quesito ladroagem!) e umas poucas familias que vivem de sugar parasitariamente o Estado, sem o menor remorso ou culpa! Nao seria um contra senso o estado mais pobre ter uma quantidade absurda de carros importados, mansoes e aptos de luxo carissimos? Temos sim uma "elite" extremamente competente e eficiente em roubar o estado e os recursos do povo. Qtas pessoas que recebem salario sem sequer pisar no local de trabalho? Qtos empresarios ricos nao vivem de conchavo com politicos para fazer falcatruas? Qtas dondocas da society nao pagam rios de dinheiro em salao de beleza com dinheiro destina ao povo? etc., etc., etc.
    É preciso mudar os politicos, mas, tb a mentalidade do pessoal que acha que o Piaui é um grande engenho de cana de acucar e que literalmente pertence a 1/2 duzia de familias

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  12. Obrigada a todos pelas visitas e comentários. Fico feliz porque isto mostra que as pessoas gostam de ouvir a verdade, no mínimo. A meu ver, não há segredo: é pensar bem antes de votarmos, acompanhar de perto os políticos e ter capacidade de não pensar em nos "ajeitar" primeiro, conseguir uma benesse ali, ou carguinho aqui... Essa política que criticamos, é feita de trocas, não podemos nos esquecer. Espero continuar merecendo a leitura de todos. Em breve, um novo texto.

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  13. Oi cunhada , parabéns pelo blog e pelo tema escolhido. É importante utilizarmos esse espaço para despertar reflexões importantes, e acreditar na nossa capacidade de mudar. Mudar os dirigentes e mudar no privado, nã esquecer que se cada umfizer sua parte o todo será bem melhor.
    bjos!

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