O ano virou e
intimamente sonhamos que ele nos traga algo que mude nossas vidas. Raramente,
queremos que as coisas permaneçam como estão. Nem que seja um pequeno “ajuste”.
Tudo bem. Mudar é preciso e viver é preciso – e é preciso mudar para continuar a crescer. Há uma impermanência no Universo a qual devemos saber acompanhar. O
começo de um novo ano gera a reflexão sobre o que queremos: emagrecer, deixar
de fumar, voltar a estudar, casar, descasar, fazer as pazes com alguém, mudar
de casa, vender a casa, trocar de emprego, etc. Um ano é um ciclo que começa com
o final do seu antecessor: “The king is
dead. Long live the king” ou “Rei morto, Rei posto”. Uma forma comum de marca o começo do novo ciclo e registrar os desejos é a elaboração de listas "a fazer".
Segundo a Psicologia, elas têm um efeito poderoso sobre nossa psique - uma vez
tomadas tais decisões, estabelecemos um compromisso interno com a elaboração das
condições para que se realizem. Não é brincadeira. Decidir é algo sério,
importante para o nosso mundo interior. Se ao longo do ano, conseguirmos
realizar o que propusemos a nós mesmos, sentiremos os efeitos - positivos - da
que mudança. Caso negativo, um registro, um marco interior do insucesso da
tentativa, o que não é de todo ruim, apenas que fica ali registrado, como uma
tentativa frustrada. Mas há aqueles que sequer pensam numa mudança, para fugir
do risco de lidar com uma derrota. Ao contrário do que dizem, acho que até quem
diz “só quero mesmo é saúde e paz no Ano
Novo”, no fundo, faz uma listinha “basiquinha” de pequenos, mas
significativos desejos que espera obter no novo ano. Mas e aí, como é que se
muda algo em nossas vidas? O que é preciso? Difícil decidir. Atividade que
requer autoconhecimento. Para quem já alcançou, em parte, esta etapa, é preciso
dar o próximo passo e enfrentar um adversário forte e inimigo das mudanças: o
medo. Sim, o medo, que nos faz tremer os ossos e com desistamos da parte
difícil das coisas boas que queremos. Então é assim: queremos mudar as coisas,
realizar, crescer, melhorar, mas com a certeza de que tudo vai da certo, com um
mínimo de investimento, com o máximo de otimismo. Calculamos tudo, ou quase – Mas,
dentre as variáveis, há o mistério e o poder do “X”, aquela, cujo valor, pode
mudar toda a equação. Trabalhar com uma ou mais variáveis desconhecidas, é,
pois, motivo de dúvidas e angústias. Neste momento, a maioria desiste, pois não
pode correr o risco de um resultado negativo. É preciso coragem para enfrentar
o risco do fracasso, pois o medo imobiliza. “Mas
e se deixamos tudo como está?” ou, “Quem
sabe o tempo...” ou a suprema passividade, “Deus dará um jeito”. Isto vale para todas as situações. Teresina
está novamente e literalmente “em chamas”! Ônibus depredados, violência
policial, estudantes (ou não) agredidos, como resultado das ações de integração
das linhas de ônibus. Certo ou errado, algo precisava ser feito. Mas só
queremos mudar, se tudo sair como esperamos. O melhor para a Prefeitura, é que
todo mundo aceite pacificamente, as mudanças. Para os estudantes, o ideal seria
não pagar o transporte público, pois são mesmo, muito pobres. Para os
empresários, a mudança ideal seria alguém pagar a conta e eles não sofrerem
nenhuma alteração no status quo. Para
quem tem quem tem automóvel, ônibus atrapalha e complica o trânsito caótico da
Cidade. Mudança, por pior que seja, ensina, transforma. Não mudar é que constitui
o verdadeiro fracasso. Nas campanhas eleitorais, os slogans, discursos, falam
de mudança. No final, ninguém tem coragem de assumir o risco histórico de um
fracasso, nem que votou, nem quem foi votado. O Prefeito de Teresina sabe que é
preciso mudar, aliás, todos sabem disto. Mas como mudar sem alterar a vida de
todos os envolvidos? Enquanto isso, aqui na França, o Governo quer introduzir a
“TVA Social” antes das eleições de 2012. O que é isso? Um processo que lembra o
da introdução da “CPMF” no Brasil, criada para um fim, cuja destinação, na
prática, foi outra. A TVA (Taxe sur la valeur ajoutée) é um misto de ICMS com
ISS, um imposto incidente sobre o consumo de bens e serviços, com alíquotas
variáveis conforme a espécie, introduzido na França nos anos de 1950 e na União
Europeia a partir de 1993, cabendo a cada país membro, uma margem de manobra em
relação às suas alíquotas. Segundo os críticos, a TVA Social vai penalizar os
consumidores de renda mais baixa, provocando, portanto, injustiça fiscal. Segundo
seus defensores, a carga fiscal sobre a folha de salários será reduzida, para
favorecer a contratação e diminuir o desemprego. No geral, ou a França muda,
faz algo ou quebra. Ou arrecada mais, ou junta se à lista dos demais, Portugal,
Grécia, Irlanda. Ninguém quer pagar a conta, mas é impossível ficar como está. Teresina
precisa mudar e devemos mudar com ela. O Brasil
sabe que as mudanças precisam chegar, o mundo inteiro e tudo o mais precisa
mudar, morrer para nascer. Assim é a vida. Ou mudamos ou seremos mudados. Estou
lendo o excelente “Saga Brasileira", da jornalista Miriam Leitão. Nele, o
relato da trajetória das mudanças econômicas do Brasil dos últimos 25 anos. A
lição é que há um preço a pagar, erros, acertos. Mas ou fazemos a escolha ou a
escolha nos transformará em algo que não queremos. Neste começo de 2012, desejo
a todos, portanto, MUDANÇA, se possível, baseada no seguinte:
1.
CORAGEM, o elemento essencial das
mudanças:
2. CAPACIDADE DE ASSUMIR AS ESCOLHAS, a
atitude responsável de quem é senhor do seu destino;
3.
FÉ, nos sonhos, nas ideias, nos
desejos;
4.
CERTEZA, de que tudo começa agora,
nem antes, nem depois.
Para aqueles
que querem realmente uma mudança em 2012, desejo-lhes as melhores e que lhes
tragam felicidade – se não, lembrem-se de que Aprendiz de Feiticeiro é assim
mesmo: erra muito, mas um dia, torna-se Mago!
Para quem acha que tudo está o seu lugar, o conselho fica para que aproveite o bom momento, mas atenção para perceber a hora de fazer os devidos "acertos".
Mãos à obra! Todos!
Para quem acha que tudo está o seu lugar, o conselho fica para que aproveite o bom momento, mas atenção para perceber a hora de fazer os devidos "acertos".
Mãos à obra! Todos!
Roselisa,sensivel e inteligente!Escreve com muito amor e melhor dizendo com a alma.Adorei ler mais outro blog.Estou grata por poder compartilhar esses momentos com vc.Fiquei emocionada!Vai ser sempre um prazer ler tudo isso e ficar para refletir e florescer.
ResponderExcluirMuitas conquistas em 2012!Bj